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Chuva de pedras

Olhando os passos que dei e
Todas as tentativas que arrisquei e não tive êxito
Não doem mais,
Aquelas feridas que achei que jamais cicatrizariam
E já não preciso ter medo da solidão e
Das suas armadilhas mais temíveis
Que provaram do meu sorriso mais contido,
Rindo das minhas constantes insistências ao erro

Costumava brincar com o meu presente,
Indiferente ao feliz ou triste
Não sabia nem se compensava observar o meu estado,
Quase inconsciente

Há provas espalhadas pelas páginas que ousei riscar
Folhas rasgadas deixei para trás
Tocando-as, vejo que o oceano havia se misturado à tinta da caneta
Toquei de leve a superfície fina do papel,
E aquele verso se desfez

Perdi a minha história
Sem lembranças, estremeço e
Ouso dizer que o passado fora com eles
Numa mistura de poesia com a dureza do alvo nublado
Eram as lágrimas dos pássaros que roubavam o meu ar
Tentando se libertar
Ousando me condenar em atos decadentes

O chão que pisava era o céu que me protegia
Quando os olhos tentavam se erguer às nuvens
Caiam sobre mim as pedras do concreto
Consumida por promessas que jamais se revelaram
Encontrei a tua sombra no meio da rua
Quis entender os sons que dentro de mim orquestravam
Estendi as mãos ao teu encontro
Nessa toada de segundos e quimeras
A luz que pensei vir do sol
Tocou a minha pele
Tornou-se dois em um só elemento.

“Can you imagine a time when the truth ran free?
The birth of a sun the death of a dream
Closer to the edge”.


Passou

Eu poderia sentir infinitas culpas
Por todos aqueles atos cometidos
Mas o maior pecado que me persegue
São as juras não cumpridas
Momentos jamais vividos

Entreguei toda a minha dor a um fio de esperança
Passo despercebida por tantos rostos e mentiras
Despejo a minha falta no teu abraço
Jã não sei que caminho seguir
Não espero mais nada de mim

Todas aquelas chances que tivemos
E que noites foram aquelas
Venci o meu orgulho
Não pude simular sentimentos

A verdade sempre esteve presente
Atravessei um muro imenso
Tive que destruir os vestígios
Lidar com o meu medo

Quebrei as regras
Não posso – não quero escutar
Canções que trazem poeira
Trechos que mentem – desnorteiam.

“When I see you sky as a kite
As high as I might
I can’t get that high
The how you move
The way you burst the clouds
It makes me want to try”.